Circulo de Pedra (Aula TCM)

N ove horas. Nove horas era o horário da aula. A grifina realmente acreditava que o turno matinal favorecia o contato com os animais e criaturas, caso essas estivessem de bom humor e bem alimentadas.
Pouco antes do horário passou pelo Salão Principal, alguns alunos ainda faziam a primeira refeição do dia, outros glutões repetiam, empanturrando-se. A moça esperava sinceramente que não fossem terceiristas, pois do contrário teriam problemas digestivos caso fossem à aula.
Passou rapidamente pela mesa dos professores cumprimentando os que ainda encontravam-se ali, pegou uma maçã de forma sutil e deixou os demais docentes indo em direção aos terrenos, claro, em suas mãos havia uma maleta. Os alunos teriam uma surpresa.
Chegou cinco minutos antes do horário como uma boa londrina. No local já haviam alguns alunos curiosos, decerto imaginando o que a diretora da Grifinória haveria preparado para o dia.
- Vamos, sentem-se. Não temos tempo a perder. – disse, ao mesmo tempo que sentava-se. O local fora recém limpo e dava uma sensação agradável. – Formem um círculo. – Continuou.
- A maioria já deve saber quem eu sou, mas como manda o figurino irei apresentar-me. Sou Jessamine Sowsfield, diretora da Grifinória e docente dessa disciplina – Falou encarando-os. – Não pensem os grifinos que por serem da mesma casa terão alguma vantagem, sabem que Godric Griffyndor admirava a coragem e os justos de coração. Eu posso dizer que sinto o mesmo. – Falou a loira séria.
- Gostaria que se apresentassem também, antes de dar prosseguimento e digam o que esperam da matéria, afinal, ainda nos encontramos algumas vezes durante os anos de vocês aqui. – Pediu com um sorriso maroto plantando em sua face.
- Espero que cada um de vocês tenha trago o livro que solicitei. A aula de hoje tem grande influência do sr. Scamander. – Disse a loira, não evitando o fino sorriso que formara-se em seu rosto ao observar as feições alheias.
Continuou:
- Nossas aulas terão um cunho teórico e prático, embora preze muito a prática vocês, nesse momento da formação precisam entender o que estão fazendo.
Dizendo isso a Sowsfield apontou a varinha para espaço vazio, conjurando um quadro.
- Não precisam prestar muita atenção ao quadro meus queridos, ele só vai está ali para auxiliar alguém que tenha se perdido em algum conceito, mas é deveras tímido para perguntar. – Complementou. – Agora, para de fato começar um pouco de história que será contada pelo próprio Newton em seu habitat natural.
As crianças ficaram sem entender, mas a moça levantou-se indo até a sua maleta, tirando dela um quadro de porte médio. Ao virar para os alunos o que apareceu foi apenas uma moldura vazia, mas com um toque silencioso da varinha o mesmo ganhou vida e tons de amarelo e marrom tomaram conta de todo o espaço, um instante depois estava no centro da figura, sentado em sua habitual escrivaninha um moço com quarenta e poucos anos, feições, olhos verdes, cabelos cor de mel e feições que mesmo com o passar do tempo eram delicadas. Newt.
A loira sorriu, foi graças a inspiração do magizoologista que a moça tornara-se professora de Trato das Criaturas Mágicas. Os dois tinham muito em comum, muito embora tenham sido de casas diferentes, o amor de ambos pelos animais era incontestável.
- Crianças digam oi para o senhor Newt. – disse
As crianças ainda sem entender o porquê de um homem morto está ali àquela altura da manhã cumprimentaram-no um tanto bobas.
- Ele não está exatamente aqui, se é o que estão pensando, é apenas uma lembrança.. – disse para diminuir os olhares confusos.
A diretora prosseguiu sentando-se novamente na grama.
- Sr. Scamander, o senhor pode contar um pouco do que sabe sobre criaturas e animais mágicos?
- Hmm – Ele sorriu com o canto dos lábios, aquela mesma feição tímida permanência ali, mas iluminada – Essa é uma tarefa difícil senhorita Sowsfield, mas vale a pena tentar... Digamos para inicio de conversa que precisamos definir o que é um ser e o que é um “animal”. Há séculos a definição de “animal” tem causado controvérsia. e muitas convenções foram e serão feitas para se decidir essa questão, mas o que que temos de mais assertivo e aceito pela comunidade mágica ainda hoje é uma definição de 1811. Nessa data, Grogan Stump, o Ministro da Magia recém-nomeado, decretou que um “ser” era “qualquer criatura que possuísse inteligência suficiente para compreender as leis da comunidade mágica e para compartir a responsabilidade na preparação de tais leis”. Diante desse pressuposto o Ministério da Magia, ou melhor, o Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas classifica todos os animais, seres e espíritos conhecidos. Oferece assim um guia imediato para a periculosidade conhecida da criatura. As cinco classes são as seguintes:
A medida que ele dizia o giz encantado ia organizando a classificação no quadro da seguinte forma.

quadro:

A Sowsfield por um instante esquecera que era a professora. Mas, a família Scamander tinha um estilo um tanto exótico e hipnotizador.
O próprio Newt interrompe seus devaneios.
- Está na minha hora, srta. Sowsfield. – Disse ele e quando a moça olhou de novo um Tronquilho estava saindo do canto do bolso de seu paletó. – Dê um pouco de aventura a esses pequenos, me contaram que a senhorita é boa nisso – Disse dando uma piscadela e logo em seguida tudo foi gradativamente apagando-se.
- Até a próxima, velho amigo. – Suas palavras tinham um tom nostálgico.
A professora levantou-se.
- Bem, vocês ouviram. Agora, levantem suas bundas gordas desse chão e caminhem, vamos à cerca dos hipogrifos. – Enquanto andava a passos apressados a adulta dizia - O hipogrifo é nativo da Europa, embora seja atualmente encontrado no mundo inteiro. Tem a cabeça de uma enorme águia e o corpo de cavalo. Pode ser domesticado, embora isso só deva ser tentado por peritos, não nada de tentarem sair na calada da noite para encontrar com um hipogrifos, nunca se sabe o quão desastroso esse encontro pode acabar.- Depois da advertência continuou: - Deve-se manter contato visual ao se avizinhar de um hipogrifo. Fazer uma reverência demonstra boas intenções. Se o hipogrifo retribuir a reverência, será seguro se aproximar. - Nessa segunda fala os alunos e a moça já estavam próximos a um animal.
Observem. – Disse, esquecendo-se dos alunos e olhando diretamente para o animal. – Oi, amigo.[/b] – disse fazendo uma curvatura. Instantes depois o hipogrifo retribuiu a reverencia e eu sorri. – Viram? – Disse a professora se aproximando mais e fazendo um afago, na criatura de pelo branco.  
- Agora me digam de acordo a classificação do Ministério o nosso amigo hipogrifo faz parte de que classe? – Aguardou a resposta.
Após a resposta ela tomou a virar-se para turma.
-Alguém quer dar uma voltinha? – perguntou com um sorriso maroto.
Um aluno em um rompante de empolgação pulou um passo da reverência e  acidentou-se, entretanto, nada grave.
Um outro  aluno, foi mais sortudo e conseguiu ter a reverência retribuída.
A moça ajudou o aluno do terceiro ano a subir no animal e após um leve tapa nas costas do animal o mesmo levantou voo com o aluno em cima. A professora, ficou observando ambos e depois com um assobio chamou a atenção do animal para que o mesmo pousasse.
Ajudou o aluno a descer e concluiu:
- Acho que é isso, estão dispensados. Até a próxima aula.

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